se é para desejar, desejamos em grande!

Se é para desejar, desejamos em grande.

Desejar, podemos desejar tudo. A imaginação não tem limites, a realidade em si tem. Na realidade podemos, mas não podemos tudo.

Tenho para mim que no que toca a desejo emoções e pensamentos, as pessoas colocam por vezes a racionalidade de lado, e imaginam que se encontram a pairar sobre nós, como se de uma auréola se tratasse.
As emoções e as nossas ideias fazem parte deste sistema incrível que é o nosso corpo. E da mesma forma que quando o coração tem problemas podemos encontrar sintomas nos pulmões, também quando algo vai mal com as emoções o corpo dará sinal e vice-versa.
A construção da nossa identidade faz-se na relação com o nosso corpo, sendo a sexualidade uma parte fundamental da nossa identidade.
Historicamente os homens são educados para uma postura forte, sem dúvidas ou medos, protectores e infalíveis. São educados para a omnipotência. As mulheres sempre têm, falando de uma forma um pouco redutora claro, mas sempre têm um pouco mais de opção: podem ter esta postura ou a postura oposta – de fragilidade e insegurança.
A ausência de espaço para ter medo, dúvidas ou, de quando em vez ter vontade de “atirar a toalha ao chão” aprisiona-nos. Quando não nos podemos pensar e ao que se passa connosco, ficamos reféns de um Ideal do Eu centrado nos outros e não em nós mesmos, nas nossas ideias.
Actualmente vivemos um tempo de liberdade incrível. É possível alguém identificar-se ou não com o seu prórpio corpo, sentir-se atraído por homens, mulheres, ambos ou até mesmo nenhum, o que me diz que durante muito tempo o desejo – que não tem limites – não tem podido existir. Certamente, nos tempos que se avizinham, iremos assistir ao aparecimento de novas patologias ou ao aparecimento de patologias já conhecidas sob novas formas, mas o desejo ganhou espaço.
E que podemos fazer nós quanto a isto?Podemos desejar que nenhuma desta situações nos surja, podemos desejar ter a disponibilidade de ouvir por que motivo seria tão confortável para nós que isso não acontecesse ou ter a disponibilidade de ouvir, o que por si só já é tremendo. 
E por que é tão importante ouvir? O que é sentido e não se torna palavra fica a saturar o nosso sentir e o nosso pensamento e quando os recursos emocionais esgotam, o sintoma passa para o corpo.
E com quem falam os homens sobre isto? Sob um olhar de falcão ou às escondidas, as mulheres falam com médicos, psicólogos e enfermeiros ou são encaminhadas para planeamento familiar. 
E os homens?
No que toca a desejar podemos desejar tudo.

O que desejas tu?

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