Imaginário:
“Termo derivado do latim Imago (imagem) e empregado como substantivo na Filosofia e na Psicologia para designar aquilo que se relaciona com a imaginação. Isto é, com a faculdade de representar coisas em pensamento, independentemente da realidade.”.
É esta a definição de “Imaginário” para Elisabeth Roudinesco e Michel Plon.
Representar coisas em pensamento pode ser tirar uma fotografia e pensá-la, responder a uma pergunta ou pensar depois o que fazer com o que foi pensado.
O modo como as pessoas se relacionam entre si, consigo mesmas e com o mundo que as rodeia não segue fases estanques, é uma construção. Primeiro a criança percebe que existe, tem mãos, é um todo e a sua voz quando gritada chama a mãe ou o pai para resolver o que precisa ver resolvido.
É um grito que evoca o cuidado dos pais e faz crescer a tranquilidade em todos.
O grito – o choro – e a capacidade de ser compreendido rasga um espaço novo, em branco ou rabiscado que um dia será imaginação.
Esta folha em branco de rabiscos, passa a ter borrões, depois cores e formas definidas, relação entre elas e um dia uma história. Muitas histórias. Histórias que combinadas entre si revelam uma pessoa.
A adversidade questiona as técnicas que desenvolvidas nesta folha e a imaginação cria espaço não só para as testar como para imaginar de que outra forma podem ser usadas.
Tirar uma fotografia é criar um mood board para a nossa imaginação. É dar-lhe elementos para que possa brincar com as emoções e as ideias para que possa criar soluções.
Para responder à pergunta “De que mais gosta nos seus dias fora de casa?”, o elemento mais recorrente entre as fotografias é o horizonte.
Cada horizonte é diferente no seu significado e remete para o modo de ser de cada um. Um céu a descobrir entre prédios e duas pessoas a brincar são também horizontes. Mundos a espreitar caminhos por onde expandir.
Se em tempos um grito era o sinal que trazia a tranquilidade de novo à vida, nestas fotografias o grito é a possibilidade de conhecer novos locais, ligar às cidades que se vivem em cada dia, o cuidado com a saúde, as actividades que trazem felicidade e os outros.
“Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.”. Muito obrigada à Natacha, ao Álvaro, ao Gabriel, à Catarina, à Filipa, à Sandra e à Luzia por tudo isso.