“E o João olhou para o medo, também. Ficaram a olhar de frente um para o outro, como se fossem dois velhos conhecidos que nunca se tinham visto. Silêncio e respeito.”
(“O pequeno Livro dos Medos, Sérgio Godinho)
Fotografia e montagem: Sara Carvalhal e Gabriel Evangelista.
Guarulhos, Brasil
“3, 2, 1, … Feliz 2020”
Albergaria-A-Velha, Portugal
“Nem sempre fazemos as escolhas acertadas e, este é um dos meus medos neste Halloween. Escolher o caminho errado.”
“Um dos meus maiores medos é ficar sem trabalho.”
Coimbra, Portugal
“Que a sabedoria da abóbora nos ajude a iluminar o caminho à nossa frente e as ultrapassar todos os nossos medos e angústias.”
“Vamos em frente mas sempre com a melhor companhia.”
Madrid, Espanha
“O vazio de não saber se vou poder ir a casa no Natal, e no caso de poder voar, se será possível passar com os meus ou se temos que passar a consoada separados. Quero ver os meus Avós! “
“Para manter o vazio preenchido aceitei o desafio do inktober, que consiste fazer um desenho por dia de uma lista publicada antes de começar o mês de outubro. Os desenhos são publicados diariamente através do Instagram. É uma excelente forma de manter a cabeça longe de COVID, fomentar a criatividade e ser feliz.”
“Que o seu medo tenha nome antes que você possa bani-lo”
(YODA)
Confesso que quando fui ver a data de nascimento fiquei surpresa com a sua juventude! Colocando agora estes quatro meses em retrospectiva, é muito claro para mim que o seu maior objectivo: aproximar a Psicologia de todos. Todos temos direito não só a viver para satisfazer necessidades ou contribuir para a comunidade, mas para alcançar as nossas aspirações e os nossos objectivos.
A Galeria online que inicialmente surgiu pela impossibilidade de comemorar pessoalmente o lançamento do site, tem vindo a tornar-se uma parte muito importante da sua vitalidade e nada disto poderia ser possível sem as pessoas que lhe têm dado vida.
Quando comecei a montar esta exposição “Que fantasmas assombram este Halloween?”, o elemento transversal a todas as fotografias, uma vez mais, era muito claro. Todos os participantes identificaram a tolerância à frustração, a capacidade de suportar o desconhecimento do futuro relativamente a cada um dos fantasmas identificados.
Autores franceses e brasileiros fazem uso do termo “fantasma” para se referirem à realidade psíquica, conceito que se diz respeito à expressão máxima de alguém, as histórias e os significados únicos que o constituem.
Ao olhar para estas fotografias, questiono-me se neste processo, cada um destes fotógrafos constatou que o fez através da acção, como que um ensaio de não só dar nome aos “fantasmas” que assombram este Halloween, mas de lhes criar um lugar. Uma fotografia transformou-se numa montagem fotográfica, um fantasma que tomou a forma física numa abóbora, uma viagem como uma reflexão que vai tendo lugar ao longo do caminho ou uma mão cheia de nada que preenche os dias de sonhos e desejos. Este pequeno vislumbre das suas histórias é um reflexo da importância dos recursos emocionais e da possibilidade de todos poderem ter acesso a esta dimensão da nossa saúde.
Volto atrás: “Que o seu medo tenha nome antes que você possa bani-lo.”. O Yoda enganou-se: o medo não é banido, torna-se conhecido, ganha lugar e fazemos uso da sua imensa utilidade.
Muito obrigada a todos!