Sara Carvalhal

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22 Mar 2020
Os Dias no Divã

não somos histéricos, somos históricos

Vivemos num tempo de liberdade incrível. 
Não há muito tempo, na época vitoriana, as mulheres começaram a falar delas e de tudo aquilo que não lhes era permitido na consulta de um médico que as ouviu. 
Nasce daqui a Psicanálise, uma postura, um método de investigação que nos permite um maior conhecimento de nós e um enorme potencial de novos recursos emocionais.Ainda no século XIX, surgem os primeiros Estatutos da Criança, que até ali havia sido encarada como um adulto em ponto pequeno. Não obstante isso, só em 1959 a Organização das Nações Unidas aprova a Declaração Universal dos Direitos das Crianças.
Após a Segunda Guerra Mundial, num momento dificilimo de crise das famílias, surge a Terapia Familiar. Neste contexto social, a intervenção clinica  percebe a necessidade de se focar mais nas relações entre elementos da família e a sua comunicação do que na sua análise individual.
Em 1973 a Homossexualidade é retirada dos manuais de diagnóstico, deixando de ser classificada como um transtorno. É no entanto preciso esperar pelo ano de 1990 para que a Organização Mundial de Saúde deixe de incluir a Homossexualidade da sua lista de doenças.
Actualmente há lugar para que homens e mulheres possam falar de si ou do que sentem; há lugar para dizer que se reconhem no seu corpo ou não; há lugar para decidirem o que querem fazer com ele.
Vivemos um tempo de liberdade incrível, em que pensar pela nossa cabeça é um luxo ao alcance de todos.
Ainda há muito por fazer. 
Os homens – e as mulheres também – ainda vão sendo reféns de uma cultura ou educação que assenta na omnipotência, na necessidade de serem sempre fortes, protetores e estarem sempre certos.
Os homens ainda são emocionalmente educados para não expressar emoções como lhes fizer sentido expressar, mas para não darem parte de fracos. Muitas vezes, de outra forma, as mulheres também.
Os homens ainda vivem enredados em tabus e podem passar uma vida inteira sem consultar um Médico Urologista. Muitas vezes, serão os próprios Urologistas, estou eu para aqui a imaginar, que sendo homens poderão não compreender que faz um jovem sem grandes problemas na sua consulta?
Conseguem imaginar uma jovem na actualidade sem acesso a um Ginecologista ou a uma consulta de Planeamento Familiar?
Temos muito que fazer e pensar, mas vivemos num tempo de liberdade incrível. 
Não somos histéricos, somos historicos.

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São frases que nem sempre são claramente expressas e quanto mais proferidas em surdina, maior o ruído que deveriam fazer. 

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✏️Marcar consulta com um médico pedopsiquiatra ou psiquiatra de acordo com as idades; não tendo conhecimento de nenhum, fale com um médico de clínica geral e familiar ou da sua referência;

✏️ Numa situação limite, numa situação de tentativa de suicídio ou dificuldade em controlar esse impulso, recorrer ao hospital;

✏️ Fazer psicoterapia. 

Este é um assunto bem dificil de lidar e de pensar, por isso pergunto: há alguma questão em que possa ajudar?
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