Sara Carvalhal

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10 Abr 2020
Gabinete 6

Em modo transformação

Mudaram os dias, mudaram as formas de vida e mudámos nós. Ou vamos mudando. É aqui que reside um dos grandes desafios actuais: não existe distância física desta situação que nos marca a todos e o concreto tem sido convidado a ser presença assídua nos nossos dias.

Começámos por espreitar a situação. Primeiro olhando o medo de frente e tentando que não nos engolisse: o medo serve para nos proteger, é uma parte de nós importante. Nem num pesadelo nos lembraríamos de um cenário assim, mas podendo pensar a agressividade que assolou a nossa vida, esta impacta-nos mas não nos deita abaixo. Deixa espaço para a reconstrução.

O embate do coronavírus nos nossos dias convidou ao silêncio. Primeiro, ouviu-se o silêncio dos pés de lã com que entrou na nossa vida, antes de escancarar a porta. Como em qualquer situação cujo sofrimento tem esta dimensão nos dias, é difícil olhá-lo e aceitar que é mesmo verdade: negamo-lo.

À semelhança do que vamos lendo nos livros de História, no final da Primeira e Segunda Guerra Mundial, noutros momentos difíceis, nos estudos começam a perceber-se alterações nas pessoas, sintomas de depressão, de hipocondria… e a Saúde Mental surge neste momento como uma dimensão de análise imprescindível.

Individualmente, começam a surgir ecos do barulho que preenchia os dias. De súbito, passa a ser comum o questionamento sobre as verdadeiras prioridades. Como se os dias estivessem povoados de sons que não têm função se não a de encher por alguma razão. Já lá estavam antes, mas como se esta situação nos convidasse a revisitar algo de familiar, agora percebemo-los.

Pese embora o receio do oposto, quando remetidos ao silêncio encontramo-nos connosco e ouvimo-nos. Evocam-se sons dos dias que não pareciam ali estar, memórias de tranquilidade dos nossos momentos, das nossas pessoas, num conforto que dá lugar ao pensamento e à possibilidade de olhar o que está a acontecer de outra forma: continuamos os mesmos, ainda que tenhamos mudado e estamos mais acompanhados que anteriormente.

Não creio que seja possível passar por estes dias sem dor, mas a existência de possibilidade de nos conseguirmos reorganizar e reconstruir fará toda a diferença.

Para ler mais sobre este assunto, leia AQUI ou AQUI.

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